Formador: Rui Miguel de Oliveira Ventura Duarte
A Grécia ensinou o Ocidente a escrever e pensar. A retórica forneceu estratégias de argumentação e raciocínio, bem como de composição e estilo, a filosofia trouxe categorias de pensamento e reflexão, a poesia e a literatura os géneros, a estética e grandes temas. A nova fé cristã, surgida em contexto judeu, não foi imune a tais influências, velhas já de três séculos. Nem o pensamento judaico e rabínico que precedeu a vida de Jesus Cristo e a pregação da fé.
É sabido que os Pais da Igreja, oriundos da cultura grega ou tendo passado por ela, porquanto presente nos curricula escolares, preocupados em fixar o Cristianismo não apenas como fé mas igualmente como corpus de doutrina e pensamento, não puderam evitar o embate com a reflexão sobre o mundo em que essa cultura era fértil e que formara toda uma civilização global (à dimensão do império romano). Um embate que conheceu contenda, coabitação e simbioses. Da Grécia colheram-se influências na expressão e ordenação da mensagem cristã, bem como na posição definida para esta, enquanto sistema de pensamento distinto. O pensamento estruturou a fé. Mas já no Novo Testamento essas influências parecem notar-se. O presente curso livre, de carácter introdutório, cingir-se-á aos primórdios da formação do Cristianismo enquanto pensamento, isto é, ao Novo Testamento.